RMBH | 30 de maio de 2025

Afroturismo: Circuito Ou(T)ro Preto realiza formação de guias

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Casa dos Contos é um dos pontos de visitação na cidade histórica de Ouro Preto

 
 

Para que o Afroturismo tenha ainda mais força em Ouro Preto, destino histórico mais procurado em Minas Gerais, é necessário um primeiro passo: a formação de guias. Pensando nisso, o Circuito Ou(T)ro Preto, projeto que une visitas guiadas com foco na história afro-brasileira e um curso gratuito de formação, foi lançado. Potente articulação entre cultura, memória e profissionalização, a iniciativa promete contemplar educadores, estudantes da rede pública, pesquisadores, turistas e moradores locais. A ideia é contar a história da cidade a partir do protagonismo negro.

“A ideia deste projeto é fazer a valorização dos povos negros na formação de Ouro Preto, colocando o município na vitrine do Afroturismo. Ouro Preto deveria ter mais visibilidade, pois é uma cidade construída por mãos negras, mãos que deixaram as construções que ainda estão aqui. E essa trajetória não é valorizada. A nossa potência é mundial”, diz Eduardo Du Evangelista, engenheiro e idealizador da Mina Du Veloso e do próprio Circuito Ou(T)ro Preto.

“O que a Meca representa para os Mulçumanos, Ouro Preto representa para os povos diaspóricos. É um legado que os povos negros deixaram aqui.”

Eduardo Du Evangelista, idealizador do Circuito Ou(T)ro Preto.

Circuito Ou(T)ro Preto, que consiste na formação dos guias, na consolidação do circuito de turismo Afrocentrado de Ouro Preto e na visitação gratuita dos alunos, vai percorrer locais simbólicos em Ouro Preto, como, por exemplo:

  • Mina Du Veloso: galerias subterrâneas construídas com técnicas africanas;
  • Casa dos Contos: antiga fundição de ouro que traz o domínio técnico dos trabalhadores africanos;
  • Museu da Inconfidência: um dos mais emblemáticos do país. 

Ao visitar esses locais, os participantes, tanto das visitas quanto do curso de formação, vão experenciar momentos de escuta, reflexão e aprendizado sobre as tecnologias, os saberes e a resistência dos povos africanos no Brasil. As visitas serão coordenadas por especialistas, promovendo leitura crítica e integrando ações educativas com práticas culturais.

“Vamos positivar o termo ‘negro’, que foi criado para ser negativo, mas vamos trazer todos os pontos positivos, principalmente na construção de Ouro Preto.”

Leo Ferreira, coordenador do circuito

ESPECIALIZAÇÃO EM AFROTURISMO

O curso de Educação Patrimonial Afrocentrado, que é oferecido de graça pelo 1º Circuito Ou(T)ro Preto, tem como objetivo capacitar guias locais, tanto jovens quanto adultos, com conhecimentos históricos, culturais e técnicos para atuação no mercado do turismo cultural. A atividade promoverá autonomia, geração de renda e qualificação do setor, além de fomentar uma rede de multiplicadores que vão ampliar as ações de valorização da cultura negra em Minas.

A atividade será ministrada pela equipe do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), do Rio de Janeiro, e as inscrições vão acontecer entre os dias 2 e 20 de junho. As aulas serão de 23 a 28 de junho, e os participantes receberão certificação. O formulário para inscrições está disponível no perfil @minaduveloso.

Circuito Ou(T)ro Preto também atenderá cerca de 1.200 crianças matriculadas em escolas públicas, tanto da região central de Ouro Preto quanto dos pequenos distritos, com visitas guiadas à Mina Du Veloso, à Casa dos Contos e ao Museu da Inconfidência. A atividade contará com os guias do curso de  Educação Patrimonial Afrocentrado.


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