Projeto de Shirley Rodriguez tem circulado por escolas periféricas desde 2024
O sistema de ensino é quadrado. Essa afirmação está na língua de quem já saiu do colégio e também de quem ainda permanece por lá. Para quebrar a rotina do núcleo escolar, Shirley Rodriguez, desde o ano de 2024, tem circulado por escolas periféricas de Contagem, na Região Metropolitana, com o projeto “Histórias Que Me Contaram”.
“O que me move enquanto artista e cidadã é estar junto das crianças. E, dentro das escolas, a experiência é enriquecedora, é uma troca muito grande. É isso que me impulsiona.”
Shirley Rodriguez, responsável pelo projeto
Com planos de levar a iniciativa para outras escolas, tanto da rede pública quanto do sistema privado, Shirley vai dar o start na terceira circulação do projeto nesta quinta-feira (5/06). Escolas localizadas nos bairros Parque São João, Riacho das Pedras e Tropical, até 17/06, serão invadidas por uma onda de teatro, literatura e afeto.
“Este projeto representa a possibilidade de democratização do acesso ao teatro e a literatura. E isso é muito importante para mim.”
Shirley Rodriguez, responsável pelo projeto
Nesta circulação, o “Histórias Que Me Contaram”, destinado a crianças de 6 a 9 anos, conta com recursos da PNAB – Contagem. As apresentações, a propósito, vão acontecer na Escola Municipal Sandra Rocha (5/06), Escola Municipal Carlos Drumond (10/06), eEscola Municipal Professora Maria Martins (17/06). Além de Shirley, o projeto traz no elenco o contador de histórias Mateus Efraim. A dupla, a propósito, é dirigida por Carlos Henrique, do Grupo Trama de Teatro.
ROTINA TRANSFORMADA
Para a diretora Ana Carolina Nunes Marques, da Escola Maria de Matos Silveira, localizada no bairro Jardim Pérola, que recebeu a apresentação no primeiro semestre deste ano, o projeto proporciona mais do que um “entretenimento”.
“A peça nos convidou a semear princípios — como o respeito, a empatia, o cuidado com o outro e a solidariedade — por meio de uma narrativa sensível, divertida e profundamente tocante. Ver os olhinhos atentos, os sorrisos sinceros e as perguntas curiosas das crianças ao final da apresentação foi a prova de que a arte transforma, inspira e educa de forma única”.
Ana Carolina Nunes Marques, diretora da Escola Maria de Matos Silveira
Entre as atividades propostas pelo “Histórias Que Me Contaram”, está uma encenação calcada no conto oriental “A Semente da Verdade”, de Patrícia Engel Secco. A história traz à tona a ética e a honestidade, destacando a importância de ser verdadeiro mesmo quando a verdade parece difícil ou desfavorável. Na versão com Shirley e Mateus, ou melhor, com Pedro e Soberana, as crianças conduzem os personagens por um universo de brincadeiras e de histórias.
“Essa experiência do teatro foi muito enriquecedora para as crianças, principalmente porque a nossa escola está localizada em uma regional que tem poucas atividades culturais. Nesse sentido, foi importante para as turmas aprenderem até mesmo como funciona um teatro.”
Luiza Lima Dias, vice-diretora da Escola Ivan Diniz Macedo (Retiro)
Além das encenações, o projeto conta ainda com a oficina “Livro Minuto”. A atividade busca estimular nas crianças o desejo de criar e registrar suas próprias histórias, incentivando a leitura, a escrita e o ato de contar histórias. Durante a atividade, haverá a produção de um pequeno livro, que será feito a partir de dobraduras, conforme destacado pelo site Trem Pra Fazer no mês de maio.
“Nessa oficina, histórias fantásticas são criadas, como a história de uma árvore que guardava todas as histórias do mundo.”