Belo Horizonte | 3 de janeiro de 2024

Ballet Jovem Minas Gerais: No Compasso da Formação Artística

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Ballet Jovem Minas Gerais descortina caminhos para dançarinos e dançarinas de todo o país

 
 

Quando as cortinas se abrem, dançarinos e dançarinas levam o público para um outro universo, seja em uma releitura do clássico “O Patinho Feio” ou em uma coreografia visceral sobre a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). O fato é que a dança transforma os pensamentos e a maneira de o indivíduo enxergar a sociedade. O mesmo acontece com os jovens que, após um processo rigoroso de seleção, passam a integrar o Ballet Jovem Minas Gerais (BJMG), projeto de formação artística que há 16 anos vem exportando profissionais para todo o mundo.

“Eu sempre digo que o Ballet Jovem é um presente no meu desenvolvimento técnico, artístico, pessoal e profissional. Poder vivenciar diferentes elencos, ter aulas com ótimos profissionais, ter uma direção valiosa dentro do grupo, estar presente em diversos palcos durante o ano, explorar diversas qualidades de movimento e me entender enquanto integrante de um coletivo e enquanto profissional são verdadeiros presentes”, relata Nayara Aurora, jovem que há cinco anos integra o projeto.

Além de brilhar nos palcos, como na coreografia “Como Se Fosse Amor”, que estreou neste 2023, dentro da ação “Us4”, a dançarina, de 21 anos, desenvolveu outros talentos dentro do projeto: o de videomaker e o de designer. “Eu quis integrar o grupo de comunicação do BJMG para poder vivenciar na prática um pouco do que venho aprendendo dentro da minha graduação em publicidade e propaganda”, conta ela.

Assim como Nayara, os demais integrantes acabam tendo experiências múltiplas durante a jornada com o BJMG. O dançarino Rudson Rocha, por exemplo, teve a oportunidade de coreografar “Baile Jeans Mientras Dura”. A montagem, a propósito, teve o figurino assinado por outras três dançarinas: Danielle Cirino, Lívia Lanna e a própria Nayara. “Acho muito valioso ter um projeto como o BJMG. É um lugar que te proporciona aprendizados para além da carreira como bailarina”, destaca a jovem.

Para Andréa Maia, diretora geral e artística, a função do projeto, desde que ele teve início, sempre foi a de formação artística na área da dança. “Não somos um grupo ou uma escola de dança. As pessoas precisam entender que nós somos um projeto de formação, em que os jovens, após serem selecionados por uma banda formada por um grupo de profissionais da área, têm uma vivência, uma experiência completa, semelhante a de uma grande companhia. Quando migram do BJMG, os dançarinos e as dançarinas estão aptos para executarem o que será exigido deles nas grandes companhias”, conta a diretora, relatando que, recentemente, dois dos integrantes do BJMG foram contratados pela Cia de Dança Giro 8. Tratam-se de Léo Molina e Phillipe Mor. “Eu fico orgulhosa de vê-los voando. Um dia desses, por exemplo, eu recebi o telefonema de um ex-integrante que hoje é um grande produtor de dança e que está voando. Isso me enche de felicidade”, completa.

Emanuela Santos, de 23 anos, também está brilhando junto com o BJMG. A dançarina, no já citado “Us4”, além de fazer parte do elenco das coreografias inéditas, foi assistente de produção. “Eu entendi que, enquanto intérprete, a minha participação seria mais escassa. E eu encontrei na produção uma forma de participação mais constante e presente no projeto. A produção me encantou, pois gostei de criar, organizar e promover atividades. Hoje, além de dançarina, eu quero continuar atuando como produtora”, narra a jovem.

Nayara, Rudson, Danielle, Lívia e Emanuela são apenas algumas das belíssimas histórias presentes no dia a dia do Ballet Jovem Minas Gerais, que neste ano teve o patrocínio do Instituto Cultural Vale. Afinal, em 16 anos de trajetória, o projeto já exportou cerca de 50 bailarinos para companhias profissionais e atingiu, tanto em solo nacional quanto internacional, uma média de 175 mil indivíduos. “Não existe um projeto como este, afinal, a maioria que se propõe à formação artística cobra um valor. O dançarino tem que pagar pela aula, pelo figurino e pelas apresentações. Aqui não! O elenco do BJMG não paga nada e tem uma experiência única, que será levada para a vida toda”, finaliza Andréa Maia.

   

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