Espetáculo ‘Parem as Máquinas’ reestreia em Contagem

O espetáculo “Parem as Máquinas” imortalizou na linguagem teatral um dos momentos mais marcantes da história sindical brasileira: a greve de abril de 1968, a primeira greve dos trabalhadores durante a ditadura militar. A peça, com a direção do mineiro Gabriel Vinícius, volta aos palcos neste fim de semana. A entrada é gratuita. Confira a agenda:

📅 4 e 5 de julho – Funec Inconfidentes
📅 6 e 7 de julho – SindMetal

Trabalho de estreia do coletivo Núcleo Cena Crítica, que foi retratado no podcast Trem Pra Fazer, “Parem as Máquinas” transporta o público para o momento em que os operários da Belgo deflagraram a greve, exigindo um reajuste salarial de 25%. O ato foi histórico e desencadeou em uma série de mobilizações, que movimentaram mais de 15 mil pessoas, tanto na Região Metropolitana de BH quanto no Vale do Aço.

“Essa foi a primeira greve vitoriosa durante o regime militar, foi uma luta que, apesar de não conseguir todas as reivindicações que ela queria, conseguiu uma conquista nacional.”

Gabriel Vinícius, diretor do espetáculo

Entre os objetos de pesquisa de Gabriel Vinícius para o espetáculo, está o documentário “1968: A Greve de Contagem” (2018), do argentino Carlos Pronzato. O filme está pode ser visto no YouTube. Confira:

A elogiada peça “Parem as Máquinas”, que é uma das atrações deste fim de semana na cidade de Contagem, traz no elenco Gabi Vieira, Manu Macedo, Jéssica Luiza Cardoso, Cristiano Nery e Douglas Martins. A produção executiva é de Pabs Andrade. A circulação do espetáculo conta com recursos do Edital 003/2023 Paulo Gustavo: Outras Linguagens.

“Esse espetáculo tem uma profundidade histórica muito grande! Durante a greve, ainda não havia promulgado o AI-5. Então, nesse período, entre 1964 e 1968, em que algumas coligações de esquerda e intelectuais ainda conseguiam operar, formou-se a intenção e a esperança de que a ditadura fosse possível de ser derrubada”. 

Gabriel Vinícius, diretor do espetáculo

NÚCLEO CENA CRÍTICA

O Núcleo Cena Crítica é uma comunidade colaborativa de artistas dedicados a fazer do teatro um instrumento de despertar e resistência. Fundado em 2022, o coletivo nasceu após debates no Fórum Popular de Cultura de Contagem e tem como fundamentação os princípios teóricos do teatro épico dialético de Bertolt Brecht, no teatro do oprimido de Augusto Boal e nas estratégias de AgitProp, representada por figuras como Meyerhold, Maiakovski e Asja Lacis.

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ESPETÁCULO “PAREM AS MÁQUINAS”

• 4 e 5 de julho, às 20h
• Funec Inconfidentes (Praça Marília de Dirceu, 20, Inconfidentes)
• Retire seu ingressos

• 6 e 7 (sábado e domingo), às 20h e às 19h
• SindiMetal (rua Camilo Flamarion, 55, Jardim Industrial)
• Retire seu ingressos