Coletivo Mambus apresenta ‘Relatos Interpessoais’ em BH
por Felipe PedrosaEspetáculo circense ocupará o Grupo Cultura do Guetto nos dias 4, 5 e 6 de julho; entrada gratuita
Quatro corpos em cena. Quatro histórias atravessadas por identidade, afeto e resistência. Nos dias 4, 5 e 6 de julho, o Coletivo Mambus estreará o espetáculo circense “Relatos Interpessoais” no espaço do Grupo Cultura do Guetto (rua Botelhos, 55, Bonfim), em Belo Horizonte. As apresentações acontecem sempre às 20h e com entrada gratuita.
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“Relatos Interpessoais”, do Coletivo Mambus, é um espetáculo circense que desloca o foco do virtuosismo para o sensível. Aqui, o corpo é linguagem, e a cena é escuta. A dramaturgia se constrói a partir de experiências pessoais — ser negro, ser mulher, ser artista, ser corpo — compondo um mosaico de afetos, dúvidas, urgências e silêncios.
Não se trata de contar uma história única, mas de partilhar o que transborda entre os gestos: relações, tensões, presenças. No elenco do Coletivo Mambus, sob a direção do artista Igor Godinho, estão Alef Costa, Carlos Paiva, Jéssica Cristiane e Roberta Turíbio.
“O público vai observar muitas relações. São relações de afeto e de ajuda, de disputas… Em cena, são pessoas e relações como na vida real, são pessoas que querem chegar a um determinado ponto, que têm seus objetivos, que querem ajudar o próximo, mas que, às vezes, ao ajudar o próximo é derrubado também, que têm certas ilusões, quedas e, acima de tudo, afeto, que estão buscando o viver em coletivo, em massa.”
Jéssica Cristiane, que entrou para o Coletivo Mambus no ano de fundação da companhia
Em “Relatos Interpessoais”, a fisicalidade está no centro da criação, mas o risco não vem apenas do movimento. Ele emerge do encontro. O grupo constrói com bambus um espaço cênico instável — onde cada ação demanda confiança, escuta e disposição para sustentar ou ceder. O bambu, elemento recorrente na pesquisa do grupo, ora é extensão do corpo, ora é obstáculo, ora é abrigo. Mas o que realmente sustenta a cena é a relação com o outro, com o tempo…
Entre a dança, o circo e a performance, “Relatos Interpessoais” desafia as fronteiras da linguagem. Cada gesto carrega a memória de quem o executa; cada silêncio pulsa como resistência; e, quando a palavra aparece, ela rompe o ar com a intensidade de quem esperou demais para ser ouvida.
“Bebemos do teatro, da dança, da atividade circense… usamos o bambu, a estrutura de três pontas, fazemos acrobacias com bambu e sem o bambu, levamos para o palco muita dança, coisas teatrais, pontos de equilíbrio e desequilíbrio, técnica capilar, e por aí vai.”
Jéssica Cristiane, que entrou para o Coletivo Mambus no ano de fundação da companhia
A pesquisa da montagem “Relatos Interpessoais” nasce no encontro entre artistas com percursos distintos, mas que compartilham a escuta como ponto de partida e o corpo como território político e poético. Em cena, o que se vê é o resultado de um processo coletivo de criação, cuidado e risco. Um trabalho que aposta na instabilidade como campo fértil para a criação artística e para a construção de outros modos de estar juntos.
A curta temporada de “Relatos Interpessoais” foi viabilizada com recursos do Edital Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, modalidade IF, número do projeto:1449/2022, Secretária de Cultura do Estado de Minas Gerais, e com o patrocínio da DF+Engenharia.
COLETIVO MAMBUS
Nascido em 2017, o Coletivo Mambus é fruto de encontros e criações coletivas surgidas durante o curso técnico de formação em artes circenses do Centro Interescolar de Cultura, Arte, Linguagens e Tecnologias (CICALT), em BH. Desde então, o grupo passou por diferentes formações e hoje é composto por cinco artistas com trajetórias diversas nas artes do circo, dança, teatro e performance. Mambus é uma criação coletiva que pesquisa o corpo como linguagem e o encontro como potência.
SERVIÇO
“Relatos Interpessoais”, do Coletivo Mambus
Datas: 4, 5 e 6 de julho de 2025 (sexta a domingo), às 20h
Grupo Cultura do Guetto (rua Botelhos, 55, Bonfim), em BH
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Além do espetáculo “Relatos Interpessoais”, em julho, Belo Horizonte vai receber outros dois grandes eventos com a entrada gratuita. Trata-se da peça “Arrepsia”, da IncompetênCia, e do show “Bença, Pai”, de Luter Nguzuale.